Paciência tem limite

“Um pedacinho de terra perdido no mar”, é com esse trecho do hino de Florianópolis que começo e, digo mais, perdido e desprovido de inteligência e gentileza. Várias coisas me levam a escrever isto, vou contar uma. Moro em Floripa desde 2000,  mas tem coisas aqui que eu nunca vou entender, veja, por exemplo:

Quem nasce em Floripa é conhecido como manézinho da ilha. Manézinho, mané? Os manézinhos usam um dialeto local e às vezes falam português. Normalmente eles são tão educados quanto o Kajuru falando do presidente da CBF ou o Evo Morales falando do Bush.

Na praia, por exemplo, sabe praia? Aquela diversão 0800, que você vai pra relaxar se divertir etc. Quando os acessos estão entupidos de carros (isso acontece sempre no verão) as buzinas não param de soar, palavrões, socos, ponta pés… são corriqueiros, surfistas, sabem? Esses seres conhecidos por suas malemôlencia, por terem uma vida “ mó de boua” odeiam turista que entram na água pra pegar onda, existe até um movimento chamado “fora haule”, imagina se todo lugar fosse assim? Cada um surfar no seu quadrado, e os que moram em cidades que não tem praia, não surfa e ponto?

Bom, mas nem é sobre isso que quero falar,  quero falar sobre atendimento, especialmente dos garçons daqui, que são, por sua vez, um poço de grosseria e atendem as pessoas com a eficiência que lhes é peculiar. Ontem saí da praia e fui direto numa lanchonete, cheguei fiz o pedido, um X (xis) paulista, ele vem aberto num prato e quando chegou o lanche, eu morto da fome e com pressa, fui logo metendo o garfo, porém vi um pequeno pedaço de cabelo, coisa pouca mesmo, mas pô, eu com fome pensei, nem dá nada, como meu pai diz, o maior come o menor rs, revirei mais um pouquinho e outro pedacinho de cabelo, novamente a filosofia do meu pai veio a tona. Comi mais um pouco e no meio do ovo frito um cabelo enorme por dentro do ovo, ele foi frito anexo com o ovo hehe, um cabelo loiro lindo acho que até era mega hair? Naquele momento não deu mais pra continuar comendo o maior, porque esse maior era muito maior mesmo, chamei o garçom que veio com uma cara de quem ta fazendo um favor pra um cunhado chato, e super educado perguntou: o que tu qué? Eu disse num tom de malandro maroto: cara uma coisa está me preocupando, além de pagar o lanche vou ter que pagar essa peruca?  Imagina pagar uma mega hair daquele, sairia o cabelo da cabeça, ou melhor  o olho da cara , o maluco começou a espumar e teimou comigo que a porra do mega hair era meu.

Saí puto da cara, não volto mais lá e não paguei a conta, mas sabe acho que eles têm razão de se nomearem de manés mesmo.