Pensamentos paralelos à minha viagem de trabalho

Estou numa típica cidade do interior de Goiás. Pires do Rio. Menos de 11 mil habitantes. Toquei num lugar onde havia quase 10% da população (mentira, tinha umas 300 pessoas, mas sempre quis falar isso) que, em sua maioria, é hospitaleira, gostou do som nada sertanejo que fiz. Mas sempre tem uns cabeça de côco. Um moço querendo aparecer pros amigos e pra namorada, com uma fivela maior que o orifício sexual da mãe dele e certamente maior que seu pênis (pênis curto? Compense com uma fivela) que, na terceira vez gritando TOCA SERTANEJO, PORRA! no meu ouvido, obteve a seguinte resposta:

– Cara, me desculpa, pela terceira vez eu te digo que não toco sertanejo. Não se pede pra tocar Tom Jobim pra quem toca Leandro e Leonardo E VICE-VERSA.

– Ah, então coloca um DVD aí!

– Moço, eu não tenho culpa se você não tem DVD em casa.

Graças a Deus saí vivo de lá. Mas foi tenso.

Na verdade, também quero dizer mais uma coisa: a coisa mais brega do mundo é você sair de casa pra ir pro bar com a esposa ou namorada e ficar assistindo novela. Mesmo que seja o último capítulo. Falo isso porque presenciei uma banda que ia tocar na praça do centro que foi vaiada porque as pessoas queriam ouvir a novela. Globo não pega em casa, né, vai pra puta que pariu.

 Se você faz isso, você é um babaca que vai casar e levar a esposa no sábado numa lanchonete e voltar pra casa pra dormir e esperar o domingo pra assistir seu jogo, Domingão do Faustão e Fantástico. Ah, vai ser corno também. Beijos.